Eu cresci
achando que a vida era o bem mais precioso que uma pessoa podia ter.
Imaginava
que todas as pessoas pensavam da mesma forma do que eu.
Aí,
no meio do caminho, tinha uma pandemia. Tinha uma pandemia no meio do caminho:
a tal da Covid-19. Ela veio para desnudar o melhor e o pior do ser humano.
O mais
chocante para mim é constatar que a vida não é o bem mais precioso para algumas
pessoas. Dinheiro e poder ocupam o primeiro lugar, juntos ou separados.
Quer
um exemplo? A pressão absurda pela volta do futebol enquanto os casos de mortos
só crescem. A “festa” do clássico Gre-Nal em meio aos escombros dos mortos pela
pandemia.
Outro
exemplo? A minimização da gravidade da Covid-19 é um profundo desrespeito aos
mortos e seus familiares.
A verdade nua e crua é que estamos anestesiados.
Perdemos a capacidade de chorar os
mortos alheios: seja a causa da morte natural, acidente de trânsito, homicídio,
assalto, Covid, etc.
Talvez seja precisamente por isso que a vida valha tão pouco para algumas
pessoas.



