Cito como exemplo a crise na segurança pública. Há duas maneiras aparentemente antagônicas de tentar solucionar essa mazela: a educação e a repressão.
A educação consiste em investir nas crianças e adolescentes, no sentido de conceder oportunidades de estudar, de cultura e arte (atuar, cantar, aprender a tocar algum instrumento musical, ...), prática de esportes, escolas de turno integral com participação efetiva das famílias e comunidades, etc.
A repressão diz respeito a punir uma pessoa em razão de um delito cometido. Como reprimir? Há muitas sugestões: encarcerar em cadeias, estabelecer penas mais duras, acabar com o prende-e-solta, prisão perpétua, e há quem fale em pena de morte. Enfim: a repressão nada mais é do que uma reação do Estado a uma ação de um indivíduo (ou grupo) que cometeu um crime.
Pelo que observo, os defensores mais fervorosos de uma das ideias acima expostas - educação ou repressão - entendem que apenas a sua solução deve ser aplicada.
A questão é que, como disse, problemas complexos exigem soluções complexas.
Entendo que tanto a educação quanto a repressão devem ser aplicadas. E ao mesmo tempo.
É necessária e fundamental a educação? Com certeza. Ela é (ou deveria ser) um projeto de Nação, uma política de Estado, que superasse os mandatos eletivos. Um projeto de educação levado a sério traria efeitos positivos, que levaria um longo período de tempo para ser visualizado pela sociedade (uns 20 ou 30 anos).
A repressão, por sua vez, traria efeitos imediatos - populares e eleitoreiros. Uma sensação de segurança, de poder andar nas ruas tranquilamente, de cumprimento da lei. Creio que isso dura um determinado período, ou seja, é temporário.
O fato é que temos o problema seríssimo da segurança pública e que atinge a todos nós, em maior ou menor grau. É grave como uma pessoa diabética que sofreu um grave acidente de trânsito. Ela será socorrida e levada para a emergência. Assim que o quadro clínico se estabilizar, a pessoa permanece com o diabetes e continuará tendo que fazer o tratamento adequado.
Ou seja, entendo que é necessário reprimir (e também discutir de que maneira fazê-lo). Mas é fundamental tratar a doença crônica pela raiz. É essencial oferecer alternativas e oportunidades a todos, para que tenhamos uma sociedade inclusiva - e não excludente.
Por fim, meu texto pode soar como idealismo...
Mas é o meu real e sincero desejo.
Se você pensar diferente de mim, tudo bem! Peço apenas uma coisa: respeito.
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